CHINUA ACHEBE
Por Katssekya Samuel
Chinua Achebe nasceu na Nigéria a 16 de Novembro de 1930. É um novelista, poeta, professor e crítico. Tornou-se famoso com o primeiro romance Things Fall Apart (1958), (1958) que é um dos livros mais lido na moderna literatura africana.
Achebe foi educado por pais cristãos na aldeia de Igbo, Ogigi, no Sudoeste da Nigéria. Beneficiou de uma bolsa de estudos universitários e foi ali,na universidade, onde começou a escrever.
Depois da licenciatura trabalhou no Nigerian Broadcasting Service tendo,logo de seguida, fixado residência em Lagos. Os livros que o tornaram mundialmente famoso foram: Things Fall Apart (1958), No Longer at Ease (1960), Arrow of God (1964), A Man of the People (1966), and Anthills of the Savannah (1987).
Os temas predominantes e recorrentes nas obras de Achebe são a crítica ao colonialismo e aos governos corruptos da África no período pós independência.
Na guerra do Biafra, em 1967, Achebe era um defensor da independência de Biafra e foi embaixador desta nova nação. A guerra trouxe tal miséria e destruição que o levou a Europa e a América para pedir ajuda humanitária. Quando o governo de Nigeriano reconquistou a região em 1970, Achebe fez parte de alguns partidos políticos, mas acabou por desistir devido à frustração, à corrupção e ao elitismo que foi presenciando.
Ele vive actualmente nos Estados Unidos da América na qualidade de professor universitário da disciplina de Estudos Africanos.
Excerto do romance “ Um Homem Popular”
“Depois da Independência, era costume dizer-se no país que não interessava o que se conhecia mas sim quem se conhecia. E acreditem que não era conversa fiada. Para uma pessoa como eu, que simplesmente não se rebaixava a lamber as botas de um figurão qualquer, isso representava um grande problema. Na verdade, uma das razões que me levou a este trabalho de professor numa escola particular no mato, em vez de um trabalho qualquer de funcionário público na cidade, com carro e casa de graça, etc, foi precisamente a de reservar-me uma certa margem de autonomia.
Por isso, quando disse ao ministro que tinha concorrido a uma bolsa para fazer uma pós-graduação em Educação em Londres não passou sequer pela minha cabeça pedir a ajuda dele.
Penso que é importante salientar esse ponto. Tivera bolsas tanto para a escola secundária como para a universidade sem a ajuda de padrinho nenhum, apenas por mérito próprio. E de qualquer modo não era assim muito importante para mim fazer ou não a pós-graduação. Por mim, o importante era a oportunidade de ir visitar a Europa que só por si devia ser uma grande educação.
O meu amigo Adnrew Kadibe, que tirou o mesmo curso no ano passado, veio de lá muito entusiasmado. Não me estou a referir às raparigas brancas - hoje em dias consegue tê-las aqui mesmo - mas a pequeninas coisas. Lembro-me de ele dizer por exemplo que o maior prazer de toda a sua visita a Inglaterra foi quando, pela primeira vez em vinte e sete anos, um branco - penso que um taxista - lhe pegou na mala e lhe disse “senhor”.
Ficou tão espantado que deu ao senhor uma gorjeta de dez xelins. Rimo-nos muito com essa história, mas eu facilmente ficava a matutar naquilo.”
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